O Gato e Pedra, capa aberta
Callis editora
O gato e a pedra
Um dia passeando pelo meu bairro fiquei admirando um
jardim, onde algumas pedras em sequência descansavam alinhadas no chão. Mais ou
menos como estão aquelas estátuas da ilha de Páscoa. Imóveis, como não poderia
deixar de ser em se tratando de pedras. Mas assim como aquelas estátuas da ilha,
estas também pareciam admirar uma paisagem distante. Elas tinham alguma coisa
que me tocou de algum modo.
Cada uma tinha uma cor diferente, uma forma
diferente, textura própria, enfim eram pedras naturais e eu não poderia esperar
que elas fossem iguais mesmo. Então concluí que elas eram especiais justamente
porque representavam muito bem a natureza.
Mais para frente vi um gato dormindo, naquela
posição como só os gatos conseguem dormir. Eu que ainda estava com as pedras na
cabeça levei uma espécie de choque. Assim como as pedras, aquele gato estava
imóvel, também em plena harmonia com o mundo. Nesse momento acho que as pedras
se misturaram com o gato. A visão daquelas duas naturezas, tão diferentes e ao
mesmo tempo muito parecidas, ficou gravada em mim e depois de um tempo eu tinha
que solucionar aquilo.
Resolvi criar uma história onde eu poderia aproximar
estes dois “seres” e mostrar as coisas que eles têm em comum e também as suas diferenças.
Fazer uma análise bastante séria para que as crianças que lessem o livro
pudessem apreciar a natureza como ela se apresenta com formas tão variadas e
belas.
Eu achei que uma menininha, que ainda está descobrindo o mundo, poderia ser o personagem ideal que iria fazer as devidas comparações e análises entre um gato e uma pedra: um é macio e peludo, o outro duro e áspero; um, imóvel e inanimado, o outro, ágil e muito inteligente; um pode rolar rapidamente, o outro, repousar imóvel por horas... Enfim. Essa menininha faria essa análise por mim.
Eu achei que uma menininha, que ainda está descobrindo o mundo, poderia ser o personagem ideal que iria fazer as devidas comparações e análises entre um gato e uma pedra: um é macio e peludo, o outro duro e áspero; um, imóvel e inanimado, o outro, ágil e muito inteligente; um pode rolar rapidamente, o outro, repousar imóvel por horas... Enfim. Essa menininha faria essa análise por mim.
Mas quando essa menininha do vestido rosa apareceu, rapidamente
percebi que eu não ia conseguir impor a minha ideia de uma análise séria. E a
história ficou assim...
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